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“A COP não termina em Belém”: Sebrae projeta próximos passos e consolida pequenos negócios na agenda climática

“A COP não termina em Belém”: Sebrae projeta próximos passos e consolida pequenos negócios na agenda climática

“A COP não termina em Belém”: Sebrae projeta próximos passos e consolida pequenos negócios na agenda climática

A atuação do Sebrae na COP30, em Belém (PA), marcou um novo patamar para os pequenos negócios na agenda climática global. Na maior conferência do clima do mundo, o Sebrae ampliou sua projeção internacional, lançou iniciativas estratégicas e reforçou o compromisso com uma transição justa para as micro e pequenas empresas, conectando sustentabilidade, inovação e desenvolvimento territorial.

Em entrevista, o gerente da Assessoria Internacional do Sebrae, Vinicius Lages, faz um balanço da participação da instituição na COP30 e aponta caminhos para fortalecer os pequenos negócios brasileiros na economia de baixo carbono. Para Lages, o Sebrae “manteve protagonismo em agendas estratégicas e se consolidou como ator-chave para uma transição climática inclusiva no Brasil”.

Lages destaca que a instituição apresentou soluções concretas de bioeconomia, agricultura sustentável e empreendedorismo socioambiental envolvendo o segmento.

Mostramos, na prática, que é possível gerar desenvolvimento econômico, inclusão e conservação ambiental ao mesmo tempo. Essa atuação qualificada reforçou o Sebrae como referência nacional e internacional na construção de soluções para uma economia mais verde.

Vinícius Lages, gerente da Assessoria Internacional do Sebrae

Confira os principais pontos comentados pelo gerente da Assessoria Internacional do Sebrae:

Legados e entregas

ASN: Quais eram os objetivos desta participação e até que ponto foram alcançados?
VL: O Sebrae buscou se posicionar como referência na agenda climática, ampliar a visibilidade dos resultados da bioeconomia na Amazônia e destacar iniciativas de economia circular. Um ponto central foi aproximar os temas debatidos na COP da realidade dos pequenos negócios, inserindo as MPE nos debates sobre financiamento climático, cadeias sustentáveis e agricultura regenerativa. Cumprimos o objetivo de mostrar, de forma concreta, como esses empreendedores já contribuem para uma transição ecológica e quais oportunidades emergem para quem quer avançar nesse caminho.

ASN: Como o Sebrae contribuiu para a discussão global a partir da perspectiva das MPE?
VL: O principal legado foi transformar essa presença qualificada em reconhecimento internacional. O Sebrae conseguiu mostrar, com evidências e casos reais, que pequenos negócios são agentes decisivos do desenvolvimento sustentável, combinando geração de renda, inclusão social e conservação ambiental. Isso fez com que delegações internacionais passassem a enxergar a instituição como uma ponte entre a transição ecológica e o desenvolvimento territorial no Brasil.

ASN: De que forma isso reforçou a importância das MPEs para as metas climáticas?
VL: Levamos à COP30 uma mensagem clara: não existe transição climática justa ou efetiva sem os pequenos negócios. Apresentamos evidências de que as micro e pequenas empresas têm papel decisivo na inovação verde, na redução de emissões e na geração de empregos sustentáveis, especialmente em territórios mais vulneráveis.

Mostramos também que as MPEs formam a base da economia real e sustentam as cadeias produtivas onde surgem soluções capazes de transformar práticas locais em impactos globais. Para que as metas climáticas avancem, é indispensável que políticas, tecnologias e investimentos cheguem até esse universo. É nos pequenos negócios que a ação climática ganha escala, capilaridade e resultados concretos para o país.

Foto: Erivelton Viana

ASN: Como o Sebrae mostrou que inclusão produtiva e clima são agendas inseparáveis?
VL: Por meio de projetos que combinam geração de renda com conservação ambiental e desenvolvimento territorial. Também investimos na capacitação de negócios amazônicos, preparando-os para acessar mercados sustentáveis e obter financiamento climático. Essas iniciativas são fortalecidas por modelos inovadores que conectam tecnologia, inovação e desenvolvimento territorial, evidenciando que o desenvolvimento econômico local e as ações voltadas para o enfrentamento das mudanças climáticas são inseparáveis.

Perspectivas Futuras

ASN: Como o Sebrae pretende aproveitar a visibilidade e os contatos gerados na COP30?
VL: A COP30 não termina em Belém. Vamos aprofundar as parcerias firmadas com organismos internacionais de bioeconomia, finanças verdes e inovação climática, incluindo redes como a We Mean Business e o SME Climate Hub, e convertê-las em iniciativas práticas no território, especialmente na Amazônia.

Isso envolve aproximar empreendedores de instrumentos de finança climática, facilitar o acesso a mercados de carbono e estimular compras inclusivas com empresas globais. Também seguiremos fortalecendo a economia circular, a gestão eficiente de resíduos e os programas de bioeconomia e transformação produtiva, para que os pequenos negócios avancem na transição climática com oportunidade, competitividade e sustentabilidade.

ASN: O que a sociedade pode esperar das próximas ações do Sebrae nesta pauta?
VL: Mais capacitação, certificações verdes e apoio para acessar mercados sustentáveis, criando pontes entre produtores locais e compradores que valorizam produtos e serviços comprometidos com a preservação ambiental. Essa aproximação é fundamental para garantir que a inclusão produtiva caminhe lado a lado com o desenvolvimento de cadeias produtivas verdes, gerando renda e estimulando a conservação dos recursos naturais.

O Sebrae seguirá colocando os pequenos negócios no centro da transição climática, fomentando inovação, ampliando acesso a recursos e impulsionando projetos que unem desenvolvimento e conservação, como a bioeconomia e a economia circular. O objetivo é ajudar o país a construir um modelo de crescimento mais justo, inclusivo e sustentável.

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