balança comercial fechou o mês de abril com saldo positivo de US$ 6,702 bilhões, crescimento de 24,5% em relação a abril de 2019. Este foi o segundo maior saldo comercial da história para o mês de abril, atrás somente de 2017, quando somou US$ 7 bilhões. No ano, o saldo positivo acumulado é de US$ 12,264 bilhões. Os dados foram divulgados, na segunda-feira (4), pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
As exportações brasileiras declinaram 0,3% em relação à abril de 2019, com média diária de US$ 915,6 milhões por dia útil. A pequena queda do valor exportado é resultado do recuo de 5,5% nos preços dos bens em relação a abril do ano passado. Por sua vez, o volume exportado apresentou crescimento de 2,9% no mês.
O grande volume de exportação teve como destaque o recorde histórico mensal dos embarques de soja (16,3 milhões de toneladas), farelo de soja (1,7 milhão de toneladas), óleos combustíveis (1,3 milhão de toneladas), alumina (770 mil toneladas), minério de cobre (121 mil toneladas), carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (116 mil toneladas), algodão bruto (91 mil toneladas) e carne suína (63 mil toneladas).
Em relação ao valor exportado, houve recorde mensal em soja (US$ 5,5 bilhões), carne bovina (US$ 509 milhões), ouro (US$ 278 mi), minério de cobre (US$ 231 mi), alumina (US$ 228 mi), carne suína (US$ 154 mi) e algodão bruto (US$ 141 mi).
Competitividade
“O bom desempenho desses produtos evidencia a competitividade das exportações, favorecida por uma taxa de câmbio real mais desvalorizada. Além disso, a demanda mundial por esses bens mostra significativa resiliência, sobretudo a demanda asiática”, comentou o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz.
Neste sentido, as exportações brasileiras para a Ásia cresceram 28,7% em relação a abril de 2019. Para China, Hong Kong e Macau houve crescimento de 27,9%; para a Coreia do Sul, crescimento de 182%; para o Japão, incremento de 12,4%; e para os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), o aumento foi de 13,5%.
Já as importações brasileiras do mês de abril caíram 10,5% em valor, com diminuição de 7,9% no índice de preços e de 6,8% no índice de quantum. Caíram as importações de combustíveis (-28,3%), bens de consumo (-22,4%), bens de capital (-21,9%) e bens intermediários (2,3%).
Previsões para 2020
De acordo com a Economia, os dados da balança sugerem que os contornos da crise mundial ficaram mais claros a partir de abril, com um recuo das importações mais acentuado do que o das exportações. A Secex aponta que os dados econômicos até abril permitem que se projete uma queda das exportações e importações brasileiras da ordem de 11,4% e 13,6%, respectivamente, em 2020. Com base nestas informações, o saldo comercial deverá permanecer elevado ao somar US$ 48 bilhões no ano, com uma pequena queda de 3% em relação ao resultado de 2019.
A previsão considera variáveis como importações mundiais, taxa de câmbio real, atividade econômica brasileira, medida pelo IBC-Br, produção industrial e o comportamento do próprio comércio exterior brasileiro. “Assim, os dados considerados refletem os efeitos da pandemia até o momento. Futuras revisões das projeções irão incorporar novas informações disponíveis, com efeitos potenciais sobre as exportações e importações do país”, explicou o secretário Lucas Ferraz.
Foto: Tânia Rego/ Agência Brasil
Com informações do Ministério da Economia