A perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos voltou a afetar o mercado financeiro global nesta sexta-feira (19). O dólar chegou a superar os R$ 5,20, mas caiu perto do fim da sessão e fechou praticamente estável. A bolsa da valores teve a maior queda em 40 dias e voltou aos 111 mil pontos.
O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 111.496 pontos, com recuo de 2,04%. Quase todas as ações caíram, com destaque para companhias aéreas, locadoras de veículos e incorporadoras imobiliárias. Essa foi a primeira queda após cinco altas seguidas, o que fez com que o indicador recuasse 1,13% na semana.
O mercado de câmbio teve um dia de volatilidade. O dólar comercial encerrou esta sexta vendido a R$ 5,168, com queda de 0,08%. A cotação chegou a encostar em R$ 5,22 no início da tarde, mas desacelerou e passou a cair perto do fim das negociações por causa de recursos trazidos por exportadores.
A moeda norte-americana subiu 1,86% na semana. Apesar da alta de hoje, a divisa acumula queda de 0,08% em agosto e de 7,27% em 2022.
Mais uma vez, o mercado internacional continuou a repercutir a ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). No documento, divulgado na última quarta-feira (17), os dirigentes do Fed informaram que o órgão manterá os juros dos Estados Unidos elevados por longo tempo para segurar a inflação, que está no maior nível em 41 anos.
Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil. Apesar de, num primeiro momento, os investidores terem interpretado que os juros norte-americanos seriam elevados em 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Fed, parte do mercado acredita que haverá um novo aumento de 0,75 ponto.
A desaceleração da economia chinesa, afetada pelos lockdowns para conter a pandemia de covid-19 e pela crise no setor imobiliário, também afetou os países emergentes. Isso porque o país asiático é grande consumidor de commodities (bens primários com cotação internacional), cujos preços caíram nos últimos dias.
*Com informações da Reuters
Edição: Maria Claudia
Agência Brasil