Movimentos sociais, centrais sindicais, artistas, partidos políticos e organizações da sociedade civil vão lançar na noite desta quinta-feira (10), em São Paulo, um plebiscito para avaliar a opinião da população sobre temas como a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1 e a isenção de Imposto de Renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil.
Chamado de Ato Nacional de Lançamento do Plebiscito Popular 2025, o evento será realizado a partir das 18h30 de hoje no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, região central de São Paulo.
Notícias relacionadas:Isenção do IR: 82% de posts opinativos nas redes sociais apoiam medida.Lula entrega mais de 12 mil lotes de terras da reforma agrária.PEC contra escala 6×1 é protocolada na Câmara com 234 assinaturas .“Nós vamos fazer uma campanha política envolvendo três pautas. A primeira é o fim da escala 6×1, que é uma escala de trabalho desumana e não permite que as pessoas tenham vida além do trabalho. Os outros temas são a redução da jornada de trabalho e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, promovendo a taxação de quem ganha mais de R$ 50 mil no Brasil. Esta é uma campanha que defende a reforma tributária, ou seja, que quem ganha menos pague menos impostos e quem ganha mais pague imposto de verdade”, explicou a advogada Glória Trogo, militante do PSOL e uma das organizadoras do Plebiscito Popular 2025.
Apesar desses temas já estarem em discussão no Congresso Nacional, Glória disse que o plebiscito pretende convidar a população a também fazer parte do processo e a refletir sobre as propostas.
“Todos esses temas já estão em tramitação no Congresso. A proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação para quem ganha acima de R$ 50 mil já está entrando em tramitação por iniciativa do próprio governo federal. E temos também a proposta do fim da escala 6×1, que está em tramitação por um projeto da deputada Erika Hilton [PSOL-SP]e que já tem a assinatura de vários outros deputados de vários partidos diferentes”, acrescentou a advogada.
“Só que nós achamos que esse Congresso, com maioria de deputados conservadores ligados à direita, à extrema-direita e ao centrão só poderão aprovar tais medidas com pressão popular, com apoio popular. Ou seja, esta é uma das razões pelas quais pretendemos fazer o plebiscito”, afirmou a advogada, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo Glória Trogo, o plebiscito é uma iniciativa de vários movimentos sociais, entre os quais as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e uma série de articulações de movimentos sociais do Brasil.
A advogada disse que a expectativa é que o ato de lançamento do plebiscito reúna representantes de categorias como professores, estudantes, pesquisadores e militantes de movimentos sociais. Depois, a campanha deve ganhar as ruas, ouvindo a população sobre esses temas.
“O plebiscito é uma jornada. Ele não dura um dia, nem uma semana, nem um mês. Serão vários meses. Esta é uma jornada que começa agora, com as campanhas políticas que consideramos muito importantes para o país”, concluiu.