O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDDCA) realizou na tarde desta segunda-feira (19), o seminário com o tema: “Influência Digital e Radicalização da Violência Online contra Crianças e Adolescentes nas redes sociais”, no auditório do Paço Municipal. O evento faz parte da campanha do “Maio Laranja”, mês dedicado à conscientização e combate à exploração e violência sexual contra crianças e adolescentes. O presidente do CMDDCA, Leandro Silva, fez a abertura do evento e destacou a Lei Henry Borel (14.344/2022), que foi criada em resposta ao caso de violência que resultou na morte do menino Henry Borel, estabelecendo medidas de proteção à criança e ao adolescente contra violência doméstica e familiar, qualificando como hediondo o homicídio praticado contra menores de 14 anos e instituindo o Dia Nacional de Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Criança e Adolescente.
“Espero que o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes, não seja apenas no dia 18 ou no mês de maio. Que ele seja durante todo o ano, pois é o papel de todos nós”, disse.
O secretário de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Acessibilidade e Economia Solidária, Daniel Raony, destacou a importância do tema. “É um momento de reflexão e não devemos “passar pano” nessas situações e devemos estar preparados e buscar mais informações sobre o assunto”, pontuou.
A palestra foi apresentada pela Doutora em Serviço Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Mestre e Bacharel em Serviço Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Especialista em Políticas Públicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Priscila Rodrigues de Castro.
“Fico feliz em voltar mais uma vez ao município e trazer um tema diferente para debatermos. O uso da tecnologia afeta a humanidade e a violação de direitos é mais latente no ambiente digital”, ressaltou.
Priscila também chamou a atenção de que as crianças não fazem uma análise crítica, quando consome os conteúdos na internet.
“A violência contra a criança e adolescente não tem como ignorar. Dados do Atlas da Violência apontam que a violência acontece dentro de casa e foram 115 mil casos de violência registrados no ano de 2024”, informou.
Ela acrescentou ainda que a violência está se ampliando com o uso da tecnologia, pois no ambiente digital podem acontecer pornografia, perseguição, violência e exploração sexual, cyberbullying, cultura de ódio, racismo, culta ao corpo, contato com movimentos extremistas, entre outros.
A especialista ressaltou também a importância da atenção dos pais, que muitas vezes também passam horas na internet e não acompanham o que seus filhos estão consumindo nas redes sociais, entre outros conteúdos veiculados no ambiente digital.
“Foi divulgada uma pesquisa que ficamos em média nove horas usando o celular e isso causa impactos na saúde mental, como crises de ansiedade, depressão, solidão, influi nas habilidades sociais e emocionais”, acrescentou.
A criança e o adolescente devem encontrar no convívio familiar uma forma saudável para o seu desenvolvimento, onde a família possa promover valores, dar segurança emocional e diminuir os riscos de abandono e violência contra elas.
Participaram ainda da abertura do seminário a secretária Municipal de Promoção das Políticas de Igualdade Racial, Ingrid Fernandes e representando o Legislativo, a vereadora Dra. Mayara Rezende. Denúncias: Os casos de violência contra a criança e o adolescente podem ser denunciados pelo Disque 100.
