O estande do Sebrae na Green Zone registrou grande movimentação nesta sexta-feira (21), último dia da COP30. Logo nas primeiras horas da manhã, uma fila já se formava na entrada do Espaço Sebrae: homens, mulheres e jovens aguardavam a vez para marcar a pele com grafismos que evocam ancestralidade e identidade. No centro da atenção estava a multiartista Thaís Kokama, que aplicava, com delicadeza, desenhos indígenas carregados de significados. Força, saúde, fartura, proteção, amor e espiritualidade se entrelaçavam nos traços.
Por meio da pintura corporal indígena, Thaís, de 32 anos, se dedica a manter viva a memória e as narrativas de seu povo. “Mostramos ao Brasil e ao mundo que a nossa arte e ancestralidade nos fortalecem. Somos 305 povos em território brasileiro, com 274 línguas faladas. Por isso é tão importante dar visibilidade à nossa cultura por meio da arte”, ressalta a artista, da Aldeia Inhãa-be, comunidade às margens do Rio Tarumã-Açu, em Manaus (AM).
A agente de saúde Lindsey Fialho, 26 anos, foi a primeira da fila a realizar o sonho de carregar um desenho indígena na pele. Ela escolheu o grafismo “palha”, símbolo de força e resistência. “Vejo muita beleza nessas pinturas”, afirmou, emocionada.
O estudante Ryan Xavier também decidiu sair da conferência com um registro ancestral marcado no corpo. “Vai ficar na memória esse momento”, contou.

Pela primeira vez, a estudante Valéria Meireles experimentou o grafismo indígena. “Faz tempo que queria fazer, mas só agora tive a oportunidade de carregar na pele um pedaço da nossa história”, disse.
Thais Kokama fez pinturas nos visitantes do estande do Sebrae na Green Zone nos dias 11, 13 e 18 de novembro. No último dia de funcionamento do estande (21), o público também teve a oportunidade de receber massagens e retocar a maquiagem com produtos da Tekohá, marca que oferece uma linha vegana à base de insumos amazônicos.
O Sebrae na COP30
Com um estande de 400 m² na Green Zone, o Sebrae promoveu uma experiência imersiva inspirada na Amazônia e na diversidade do país. A estrutura reuniu auditório, sala de reuniões, ambiente multicultural e a própria loja colaborativa, conectando lideranças, investidores e empreendedores. De 10 a 21 de novembro, a programação integrou conteúdos técnicos, atividades culturais e atrações sensoriais, como documentários exibidos no “PedaCine do Brasil”, degustações, harmonizações e apresentações regionais. A instituição também operou a Zona do Empreendedorismo (En-Zone) no Parque Belém Porto Futuro e realizou ativações urbanas em vários pontos da capital paraense.
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