“Como principal influência positiva sobre o resultado nacional, temos a indústria do Pará. O setor extrativo é que mais influencia esse crescimento em julho, já que uma característica da indústria paraense é de ser pouco diversificada, concentrada nesse setor. Como segunda influência positiva no resultado nacional temos a indústria de Santa Catarina, influenciado pelos setores de máquinas e equipamentos, e de produtos de borracha”, explica Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.
A diversificada indústria catarinense apresenta números positivos consecutivos desde março deste ano. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência, no mês de julho, o setor industrial de Santa Catarina liderou a geração de empregos formais no estado, com 2,2 mil contratações, sendo 1.452 vagas abertas pela construção civil. Na sequência, entre os segmentos que mais contrataram no período estão: têxtil, confecções, couro e calçados, alimentos e bebidas, equipamentos elétricos, automotivo, papel e celulose, e produtos químicos e plásticos.
Para Marcelo de Albuquerque, economista do Observatório da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina, a recente aceleração da produção industrial está associada à recuperação gradual de atividades, que vinham sendo prejudicadas por problemas de oferta e alto custo das matérias-primas.
“É também pelo fato de Santa Catarina ter hoje uma relevância muito forte em termos de produção industrial. Tem uma diversidade produtiva e regional bem considerável, conseguimos ver fortes setores produtivos espalhados pelo estado. Isso tudo acaba trazendo maior capacidade e condições para que Santa Catarina aproveite cada ciclo econômico dentro de cada setor produtivo”, avalia. Entre os setores de destaque na indústria catarinense, nos últimos três meses, Albuquerque chama atenção para veículos automotores, máquinas e equipamentos, e produtos de borracha e material plástico.
Mato Grosso, outro estado que teve avanço acima da média nacional, tem no agronegócio seu ponto forte. “Nós temos uma característica forte na agroindústria. Produzimos muita carne, farelo de soja, óleo de soja, açúcar, bioenergia. O setor que mais se destaca é o setor de alimentos, que corresponde a quase 70% da nossa produção industrial”, explica Pedro Máximo, gerente de economia do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso.
Destaques negativos
Entre os resultados negativos da última PIM Regional, estão o Espírito Santo (-7,8%), intensificando a queda de 1,3% em junho; Bahia (-7,3%), eliminando o ganho acumulado de 7,6% observado no período entre fevereiro e junho; e região Nordeste (-6,0%), que teve queda na produção de 6,8% em três meses consecutivos. Já Minas Gerais ficou estável (0,0%).
Segundo Bernardo Almeida, esses resultados estão associados ao abastecimento de insumos e o encarecimento das matérias-primas, pelo lado da oferta; e pelo lado da demanda, inflação alta e juros elevados, causando o encarecimento do crédito.
Sobre a PIM Regional
Produzida desde a década de 1970, a PIM Regional traz indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. A cada mês, são divulgados índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também, para o Nordeste como um todo.