Os registros de estupros aumentaram 3,4% no mês de janeiro, no estado de São Paulo, em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 1.196 casos este ano, ante 1.157 no ano anterior. No mesmo período, houve aumento também no número de latrocínios, passando de 12 para 16 registros.
Os casos de homicídios dolosos totalizaram 215 registros no primeiro mês deste ano, queda de 14% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 250 ocorrências. O número é o menor patamar da série histórica, iniciada em 2001.
Notícias relacionadas:SP tem recorde de estupros e queda histórica de homicídios em 2023.Em 5 anos, homicídios caem mais de 30% em seis estados e no DF.Os dados foram divulgados na segunda-feira (26) pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP).
Crimes contra o patrimônio contabilizados pela SSP – roubos e furtos – tiveram queda. Os registros de roubos em geral passaram de 20.782 casos, em janeiro de 2023, para 17.661 no primeiro mês do ano, uma redução de 15%. Os roubos de veículo caíram 29%, passando de 3.172 para 2.251 casos.
Já os roubos de carga passaram de 509 ocorrências para 400, redução de 21,4%, considerando o mesmo período. Os roubos a banco permaneceram zerados em ambos os comparativos.
Registros de furtos em geral tiveram queda de 2,4%, passando de 47.688, no ano passado, para 46.541 em janeiro deste ano. Os furtos de veículos caíram de 7.716 casos para 7.665.
Crimes contra mulheres
Diferentemente da queda no número de homicídios, especialistas têm apontado crescimento das taxas de crimes cujas vítimas são mulheres.
Em novembro de 2023, levantamento divulgado pelo Fórum de Segurança Pública (FBSP) apontou que as ocorrências de feminicídios e homicídios femininos estavam na contramão da tendência nacional de redução dos crimes contra a vida.
O Monitor da Violência, publicação do G1 com o FBSP e o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo, mostrou que os crimes contra a vida caíram 3,4% no país no primeiro semestre do ano passado. Já os dados compilados pelo fórum apontaram que os feminicídios e homicídios femininos cresceram 2,6%, considerando o mesmo período.
Em entrevista à Agência Brasil, na ocasião, Isabela Sobral, a supervisora do núcleo de dados do FBSP, avaliou que a Lei Maria da Penha é um mecanismo importante para prevenir o assassinato de mulheres.
“A lei coloca o instrumento da medida protetiva de urgência, que é fundamental para prevenir a violência contra a mulher e o feminicídio. É importante que essa ferramenta seja de fato utilizada. Em diversos estados, existem estudos que mostram que as mulheres que são vítimas de feminicídio, em sua maioria, não possuíam medida protetiva de urgência contra o seu agressor”, disse.
Na tarde desta segunda-feira (26), um homem de 49 anos foi preso em flagrante por feminicídio, no município de Tupã, em São Paulo. Segundo o boletim de ocorrência, a vítima havia solicitado uma medida protetiva contra o autor horas antes do crime. Segundo a secretaria, o homem invadiu a residência e matou a mulher a facadas. Ele tentou fugir, mas foi preso, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do estado.
*Matéria ampliada às 18h