Nas ruas de pedra de Paraty, onde se respira cultura nesta semana, a Casa Sebrae virou um lar para artistas empreendedores. O espaço montado na Feira Literária deste ano da cidade, a Flip, lotou na noite de sexta-feira, quando livros de pequenas editoras foram lançados. Após sessão concorrida com gente acompanhando da porta, Mirna Brasil Portella, que lançou “Sutilezas do Patriarcado”, compilado de 26 autoras organizado por ela, resumiu o sentimento dos escritores que passam pelo local.
“O Sebrae é uma instituição muito importante para o Brasil, que apoia os micro e pequenos empresários e faz isso também com as editoras. Oferecer este espaço de inclusão às pequenas editoras é incrível”, disse Mirna.
O Sebrae Rio tem editoras parceiras segmento produziu, ao todo, 45 mil títulos e fez a impressão de mais de 320 milhões de exemplares no país em 2023, segundo dados da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL).
A programação da Casa Sebrae na Flip se destaca pela inclusão e acessibilidade, valorizando a arte popular e os trabalhadores que movimentam a Economia Criativa. No espaço, soluções são apresentadas para os empreendedores do segmento.
Na tarde desta sexta-feira, Maria Carvalhosa, que após ficar cega aos 13 anos mas nunca perder a paixão pela leitura resolveu abrir a Supersônica Livros, falou sobre o mercado de audiolivros para deficientes visuais durante debate promovido na Casa Sebrae. A atriz e diretora Bianca Comparato participou do bate-papo. Ela gravou um audiolivro pela editora que ainda será lançado.
Pela manhã, foi a vez da oficina cartonera, que une reciclagem e autoliteratura para empoderar pessoas por meio da narração de suas próprias histórias. Com o apoio de intérprete de Libras, Romisa Conceição Fernandes, moradora de Paraty de 71 anos, foi uma das participantes: “Aprendi muito e teve uma inclusão incrível, me sinto realmente contemplada e feliz.”
Batalha de poesias com surdos
Na quinta-feira, a programação incluiu batalha de poesias com participação de surdos e ouvintes. Um das rodas de conversa realizadas foi com os autores Gil Prado (Editora Acordar) e Bruno Drummond (Bloco Narrativo). Eles enumeraram os desafios e os avanços na jornada empreendedora.
“Ampliar o leque dentro do que é possível. A gente, por exemplo, ajuda autores independentes, produz para outras editoras”, afirma Bruno Drummond. Para Gil, a possibilidade de caminhos é o que mais o atrai: “Já trabalhei de outras coisas. Mas nunca me encontrei dentro de uma estrutura de emprego tradicional. Sempre quis criar, empreender”.
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