Os empresários brasileiros são os que apresentam a maior consciência ambiental no mundo. Em 2024, o país liderou o ranking na categoria dos empreendedores iniciais (à frente de negócios com até 3,5 anos) que tomaram providências para minimizar o impacto ambiental gerado por sua empresa, chegando a 90,2% do grupo. A economia de energia e a destinação adequada do resíduo sólido foram as medidas mais adotadas, seguidas pelo uso de material reciclável.
O Brasil já ocupa a primeira posição há pelo menos três anos, passando na frente de países como China, Canadá e Estados Unidos em um ranking que envolve 120 países. Os dados inéditos são da recente edição do Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM 2024), considerada a maior pesquisa de empreendedorismo do mundo. No país, ela é realizada pelo Sebrae em parceria com a Associação Nacional de Estudos e Pesquisas em Empreendedorismo (Anegepe).
O Brasil é destaque nos demais recortes do Monitor, ficando em terceiro lugar na avaliação dos empreendedores iniciais que consideraram os aspectos ambientais ao tomarem decisões sobre o futuro do negócio, com 91,1% dos ouvidos. Os brasileiros também garantiram a terceira colocação global por priorizarem o impacto ambiental e social do negócio acima da lucratividade ou crescimento: o resultado de 86,2% foi o melhor desde 2021, ficando atrás apenas da Índia e da Guatemala.
O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, destaca que, nesse cenário global, é essencial reconhecer o papel das micro e pequenas empresas na inclusão social, produtiva e ambiental rumo à economia verde.
“Por representarem a maioria dos empreendimentos no planeta, os pequenos negócios são estratégicos na adoção de soluções sustentáveis e na redução das emissões de carbono”
Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional
Ele lembra que os negócios de pequeno porte são 96% dos CNPJs do Brasil e respondem por 26,5% do PIB nacional. “Eles, que já atuam de forma sustentável pelo próprio modo de fazer, necessitam de apoio técnico e soluções de inovação para serem ainda mais aprimorados”, acrescenta Lima.
Na prática, entre as ações adotadas pelos brasileiros, 86,5% dos empreendedores iniciais buscaram, principalmente, economizar energia, enquanto 81,1% dos donos de negócios estabelecidos (com mais de 3,5 anos de operação) afirmaram cuidar dos resíduos sólidos gerados.
Sobre a GEM
O Monitor Global de Empreendedorismo (GEM, na sigla em inglês) é a principal pesquisa sobre empreendedorismo no mundo. Realizada desde 1999, contabiliza a participação de mais de 120 países. No Brasil, para a edição de 2024, foram entrevistados 2 mil adultos e 58 especialistas.
Principais dados da pesquisa sobre impacto ambiental
- O Brasil é o 1º do ranking dos empreendedores iniciais que, no último ano, tomaram alguma providência para minimizar o impacto ambiental (90,2%).
- Entre as ações adotadas, o item mais citado pelos empreendedores iniciais foi “economizar energia” (86,5%). Já os donos de negócios estabelecidos indicaram “cuidar dos resíduos sólidos gerados” (81,1%).
- O país ocupa a 3ª colocação dos empreendedores iniciais que “ao tomar decisões sobre o futuro do negócio, consideram os aspectos ambientais” (91,1%). Entre os empreendedores estabelecidos, fica em 4º lugar (89,5%).
- Também fica em 3º no ranking dos empreendedores iniciais e estabelecidos que priorizam o impacto ambiental e/ou social acima da lucratividade ou do crescimento (86,2% e 83,4%, respectivamente).