A Polícia Federal (PF) concluiu sua investigação sobre o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e afirma que ele teria reunido documentos com o objetivo de obter suporte jurídico e legal para a execução de um golpe de Estado. As informações foram divulgadas pela âncora da CNN, Daniela Lima.
De acordo com a PF, durante a análise dos dados e mensagens presentes no celular do militar, foram encontrados documentos e estudos que tratam da atuação das Forças Armadas para garantir os Poderes Constitucionais e a Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Esses documentos discutem a possibilidade de emprego das Forças Armadas em situações excepcionais para assegurar o funcionamento independente dos Poderes.
Além disso, foi identificado que Cid utilizava um vídeo de um jurista que defendia teses de teor golpista com base no artigo 142 da Constituição. A análise dos documentos levou a PF a produzir um relatório, após encontrar um documento apócrifo enviado a partir do número atribuído a Cid. O documento continha imagens que faziam referência à restauração do Estado Democrático de Direito por meio da declaração do estado de sítio e da operação de Garantia da Lei e da Ordem.
Também foram encontradas mensagens do coronel Jean Lawand, nas quais ele solicitava a Cid que convencesse Bolsonaro a ordenar uma intervenção militar no país após a derrota nas eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O relatório da PF, contendo a análise das mensagens e documentos nos celulares de Cid, sua esposa Gabriela Santiago Cid e do sargento do Exército Luis Marcos dos Reis, ex-integrante da Ajudância de Ordens de Bolsonaro, teve seu sigilo retirado pelo ministro Alexandre de Moraes.
A defesa do ex-presidente Bolsonaro afirmou que ele jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado, em resposta à revelação do material encontrado no celular de Mauro Cid.
Com informações da CNN.