A Polícia Federal prendeu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, durante uma Operação Venire, que investiga fraude em dados de vacinação contra a Covid-19. Além do Cid, outras duas prisões foram confirmadas: a do policial militar Max Guilherme e do militar do Exército Sérgio Cordeiro, ambas ex-seguranças ligadas a Bolsonaro. Mauro Cid era uma figura próxima à família do ex-mandatário e tinha a confiança do ex-presidente.
Mauro Cid é filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, organizou-se na Academia Militar das Agulhas Negras em 2000 e foi instrutor na mesma academia. Em 2018, Cid foi designado para ser o ajudante de ordens de Bolsonaro durante seu governo e, em 2022, foi promovido ao cargo de tenente-coronel. Além de acompanhar Bolsonaro em diversos eventos, como debates, Cid também era responsável por tarefas do dia a dia, como pagamento de contas da família.
Cid já esteve envolvido em diversos discutidos, sendo apontado como pivô da demissão do general Júlio Cesar de Arruda do comando do Exército, em janeiro de 2023. Cid era acusado de usar de maneira irregular os cartões de crédito corporativos da Presidência durante os quatro anos em que serviu Bolsonaro. Cid, por sua vez, negava as emoções. Como Arruda queria manter a nomeação de Cid para o comando do 1º Batalhão de Ações de Comando (BAC), em Goiânia, a partir de fevereiro de 2023, e Lula queria a revogação da nomeação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro por causa das aberto, Arruda acabou sendo demitido do governo. No dia 24 de janeiro deste ano, o governo Lula barrou Cid do comando do pelotão.
Cid também está envolvido em outra polêmica, que envolve as joias milionárias vindas da Arábia Saudita. Ele foi responsável por articular as tentativas de recuperar os bens retidos pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Em abril, Cid foi ouvido pela PF no inquérito que investiga o caso. Ele também já foi indiciado pela PF por produzir desinformação disseminada pelo ex-presidente em outubro de 2021, quando Bolsonaro associou falsamente a vacina contra a Covid-19 ao vírus HIV. Segundo a consideração da corporação, o certificado de vacinação de Mauro Cid e de sua família foram alterados no esquema investigado pelas autoridades.