O ex-ministro-chefe da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto, teve seu sigilo telefônico quebrado pela Polícia Federal em uma operação que apura irregularidades na compra de coletes balísticos durante a intervenção federal no Rio de Janeiro em 2018. A investigação envolve um contrato de R$ 40 milhões realizado sem licitação e traz à tona suspeitas de corrupção e má conduta por parte de servidores públicos federais.
A Polícia Federal deflagrou uma operação na terça-feira (12) que tem como alvo o ex-ministro Braga Netto, que também atuou como interventor durante a intervenção federal no Rio de Janeiro. A ação investiga a compra de coletes balísticos no valor de R$ 40 milhões, que foi realizada sem a devida licitação. O contrato em questão foi assinado por Francisco de Assis Fernandes, então ordenador de despesas, e ratificado pelo ex-ministro, que ocupava o cargo de interventor na época.
A investigação abrange uma série de crimes, incluindo patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva, além de suspeitas de organização criminosa entre servidores públicos federais. O foco principal é a contratação da empresa americana CTU Security LLC pelo governo brasileiro para adquirir 9.360 coletes balísticos com um suposto sobrepreço. O início do inquérito se deu após uma comunicação de autoridades americanas às autoridades brasileiras.
O Tribunal de Contas da União (TCU) também desempenhou um papel crucial nesse caso ao encaminhar documentos que apontavam indícios de conluio entre as empresas envolvidas e a suspeita de conhecimento prévio da intenção de compra dos coletes por parte do Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro. Estimou-se um potencial sobrepreço de R$ 4.640.159,40 nas compras dos coletes.
Procurado por meio de sua assessoria, o ex-ministro Braga Netto ainda não emitiu um pronunciamento oficial sobre o assunto. Ex-assessores do Gabinete de Intervenção Federal afirmaram à CNN Brasil que os coletes balísticos não foram recebidos e que a licitação foi cancelada devido a irregularidades no processo.