O Sebrae, a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) anunciaram parceria com o Banco Central do Brasil (BC) para integrar o Aprender Valor, iniciativa nacional voltada à promoção da educação financeira nas escolas públicas e particulares. Desde sua criação pelo BC, o programa já atingiu 25 mil escolas (99% delas públicas), nas quais estudam mais de 5 milhões de estudantes. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (06/08), em evento de educação financeira em São Paulo.
O programa, originalmente formatado para educadoras e educadores do Ensino Fundamental (1º ao 9º ano) será expandido para docentes e estudantes do Ensino Médio a partir de 2026. A expectativa é ampliar o alcance do Aprender Valor. Hoje, cerca de 7,8 milhões de jovens de 15 a 17 anos estão matriculados em 29 mil escolas de Ensino Médio de todo o país, segundo o Censo Escolar 2024.
Para os docentes do Ensino Médio, o Aprender Valor irá ofertar um curso em três formatos – autoformativo on-line (aprendizagem que ocorre de forma independente e autônoma), híbrido e presencial – garantindo maior capilaridade e inclusão, especialmente em escolas com menor acesso à tecnologia.
“A educação financeira é uma ferramenta central no fortalecimento da autonomia e da cidadania financeira. Diversos jovens de 15 a 17 anos já lidam, no dia a dia, com decisões sobre o uso do dinheiro: como se preparar financeiramente para o ensino universitário, como não cair em golpes financeiros, e como usar seus recursos de forma consciente. A importância de levar educação financeira para esse público tem, portanto, crescido a cada dia. A parceria com CVM, Anbima e Sebrae veio em ótima hora para expandirmos o Aprender Valor e chegar a esses jovens, já a partir de 2026”, comenta Izabela Correa, Diretora de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta do BC.
Coube à Anbima a elaboração dos conteúdos pedagógicos e à CVM a coordenação inicial entre os parceiros; já o Sebrae, graças à sua presença nacional, coordenará as frentes presenciais e híbridas do programa. BC e CVM também fizeram a revisão técnica do material.
Essa iniciativa é fundamental para fomentar a educação financeira desde a base. Ao capacitar educadores para trabalharem o tema com estudantes do Ensino Médio, estamos contribuindo para formar cidadãos mais preparados, com mais conhecimento e consciência para fazer escolhas e lidar com os desafios do mundo financeiro. Trata-se de um importante avanço rumo à transformação do cenário econômico e social do nosso país
Marcelo de Souza e Silva, presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas.
Além do curso, serão fornecidas aulas prontas, pela plataforma do Aprender Valor, organizadas em 12 projetos escolares temáticos. As aulas irão integrar assuntos de educação financeira com conteúdos de disciplinas obrigatórias do Ensino Médio, conforme recomenda a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
“A CVM tem atuado de forma muito ativa e comprometida com ações que promovem o letramento financeiro, que consideramos ser instrumento essencial para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil e fortalecimento do mercado de capitais. Participar dessa iniciativa ao lado do BC, Sebrae e da Anbima demonstra que a CVM acredita no poder da parceria público-privada como mecanismo essencial para que o país possa avançar de forma eficiente e coordenada na agenda de educação financeira. Estamos confiantes de que as adaptações no Aprender Valor, a partir da incorporação de conteúdos educacionais voltados ao ensino médio e de materiais educacionais específicos para povos originários, que se encontram em fase de elaboração em cooperação com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF), contribuirão para a ampliar o nível de letramento financeiro do país, de forma inclusiva e disseminada”, comenta Nathalie Vidual, Superintendente de Orientação aos Investidores e Finanças Sustentáveis da CVM.
“A educação financeira é uma ferramenta poderosa de transformação social. Ao levarmos esse conhecimento para o Ensino Médio, em parceria com o Banco Central, o Sebrae e a CVM, damos um passo decisivo para formar uma geração mais preparada para lidar com os desafios do mundo financeiro. Essa iniciativa reforça o nosso compromisso com a cidadania financeira e amplia o impacto da Anbima na sociedade”, afirma Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da Anbima.