O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expressou sua insatisfação com a visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil. Em entrevista à CNN, Bolsonaro lamentou a aproximação do país com uma ditadura e ressaltou a falta de apreço pela democracia do atual governo brasileiro. Além disso, o ex-presidente criticou a situação econômica e social na Venezuela, destacando a operação Acolhida, que acolheu milhares de venezuelanos que fugiam da miséria e fome.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expressou sua preocupação e descontentamento com a visita do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil. Em entrevista à CNN, Bolsonaro criticou a aproximação do país com uma ditadura e ressaltou a falta de apreço pela democracia por parte do atual governo brasileiro.
Bolsonaro afirmou: “Vejo com tristeza essa aproximação com ditaduras. O atual governo não tem nenhum apreço pela democracia, fazendo isso. Essas pessoas [Nicolás Maduro] representam o que o Lula quer para o Brasil: povo sem liberdade. O que existe na Venezuela é uma ditadura silenciosa”.
Além de criticar a aproximação com a Venezuela, Bolsonaro também abordou a situação econômica e social do país vizinho. Ele relembrou a operação Acolhida, realizada na fronteira do Brasil com a Venezuela, onde mais de 500 pessoas por dia buscavam refúgio da miséria e fome provocadas pelo governo de Maduro. Bolsonaro ressaltou que a Venezuela é um país rico em reservas de petróleo, mas que o povo vive em condições precárias.
Esta é a primeira vez que Nicolás Maduro visita o Brasil desde julho de 2015, quando participou da cúpula do Mercosul realizada em Brasília durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Desde 2019, o ex-presidente Bolsonaro proibiu a entrada de Maduro no país, rompendo relações diplomáticas e retirando os diplomatas brasileiros de Caracas. No entanto, em dezembro de 2022, essa decisão foi revertida.
Até o momento, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República e a embaixada da Venezuela não se manifestaram sobre as críticas de Bolsonaro.
Nicolás Maduro está na presidência da Venezuela há dez anos, assumindo interinamente em 2012 após a morte de Hugo Chávez. Nos últimos anos, o governo venezuelano tem enfrentado críticas da população devido à grave crise econômica e social. A inflação alcançou números alarmantes, chegando a quase 700% em 2021, de acordo com dados oficiais, e ultrapassando 300% em 2022, segundo o Centro de Difusão do Conhecimento Econômico (Cedice), uma ONG.
A Operação Acolhida foi uma iniciativa criada em março de 2018 pelo governo brasileiro para oferecer assistência humanitária aos refugiados e migrantes venezuelanos que chegavam a Roraima, principal porta de entrada no Brasil. A operação contou com a colaboração de agências da ONU, organismos internacionais, entidades privadas e organizações da sociedade civil. Estima-se que mais de 5 milhões de venezuelanos tenham deixado o país nos últimos anos, sendo o Brasil o quinto destino mais procurado.