O caso das joias que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua a ser um ponto de discussão crucial no cenário político brasileiro. A defesa do ex-presidente está contestando a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar o caso, questionando se a Corte é a instância adequada para isso.
Baseando-se em uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), na qual a então vice-procuradora-geral, Lindôra Araújo, afirmou que nenhum dos investigados possui foro para ser processado no STF, a defesa busca redirecionar o caso.
A Polícia Federal (PF) anteriormente destacou que o caso das joias pode envolver crimes como peculato ou descaminho, que em teoria não seriam de competência do Supremo Tribunal Federal.
No entanto, especialistas jurídicos apontam que se houver conexão com outras investigações relacionadas aos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro, a competência do Supremo poderá ser justificada.
O cenário político também se aquece, com adversários de Bolsonaro esperando uma derrota do ex-presidente no STF. Juristas ligados ao PT, ministros e ex-ministros de Cortes superiores avaliam que a tese apresentada pela defesa de Bolsonaro é um movimento político, apesar da perspectiva de derrota no plenário do STF.
Embora alguns juristas garantistas, mesmo alinhados ao PT, concordem com o argumento de que o caso das joias não deveria permanecer sob a tutela do ministro Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito das milícias digitais no STF, a expectativa geral é que Bolsonaro seja derrotado no plenário da Corte.
A avaliação unânime é de que o STF já possui um entendimento claro sobre a validade e amplitude do inquérito das milícias digitais, o que pode influenciar significativamente o desfecho do caso das joias.